domingo, 30 de dezembro de 2012

Melhorias na coleta de lixo


  Evelin Campos, da Agência Brasília  diminuir o tamanho da fonte
Empresa responsável pelo serviço nas áreas onde há acúmulo de entulho adotará ações imediatas para resolver o problema. A partir de 2013, SLU prevê investimentos de longo prazo em coleta seletiva, reciclagem e aterros
Após ser advertida em relação aos problemas no serviço de coleta de lixo, a Valor Ambiental se reuniu com o Serviço de Limpeza Urbana, nessa sexta-feira (28), para esclarecer as razões do acúmulo de entulhos em algumas regiões do Distrito Federal e anunciar soluções. A empresa atende aos lotes 2 e 3, que incluem Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga, Estrutural, Gama, Santa Maria, Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo.

De acordo com a terceirizada, a falta de equipamentos e de pessoal atrapalhou a coleta do lixo produzido, que no período de Natal aumentou cerca de 30%. Cinco caminhões com capacidade para transportar 21m³ de materiais deveriam ter chegado de São Paulo em setembro para reforçar o trabalho – o que não ocorreu por atraso do fornecedor, justifica a Valor Ambiental.

Por isso, a empresa ampliou a frota em oito caminhões – cinco de 21m³ e dois de 19m³, alugados, e um de 19m³, comprado. Desses, cinco já estão em operação. Os demais começarão a fazer a coleta nos próximos dias. Em relação aos funcionários, cerca de 50 dos 250 escalados para o plantão de Natal desfalcaram a equipe dos lotes 2 e 3. Para que isso não aconteça no ano novo, a empresa informou que vai trabalhar com o contingente ampliado nessas regiões – 350 funcionários.

Um abono de R$ 150 será oferecido pela prestadora aos que trabalharem todo o feriado (de domingo a quarta-feira). Segundo o diretor do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Denival Lemos, a produção de lixo no DF, que normalmente gira em torno de 2,5 mil toneladas por dia, chegou a 2,7 mil nos dias 24 e 25 de dezembro. "Além disso, os funcionários faltaram na segunda-feira, um dia que já é crítico por não haver coleta no domingo", observa.

Investimentos – O Governo do Distrito Federal está adotando uma série de medidas para melhorar os serviços de coleta e destinação do lixo. Entre elas está a implantação da coleta seletiva, que vai dividir o DF em quatro lotes a serem operados por empresas contratadas. O edital já foi lançado e a expectativa é que os envelopes com as propostas sejam abertos em janeiro de 2013 e as contratações comecem em março.

O diretor-adjunto do SLU, Hamilton Ribeiro, destaca a importância de ser criada uma cultura de separação do lixo doméstico. "Quem não tem o hábito já deve começar a criá-lo. Quando o projeto estiver funcionando, os sacos da coleta seletiva serão identificados por fitas, que serão entregues à comunidade pelas empresas. A cidade receberá contêineres para que a população deposite o lixo e os caminhões os recolham", explica.

Outra iniciativa importante será a construção do Aterro Sanitário Oeste, entre Samambaia e Ceilândia. A instalação, que não deixa o entulho exposto e chega a custar a metade do valor de outros métodos, como a incineração, deve começar a operar em julho de 2013. "Haverá tratamento do chorume (líquido tóxico resultante do lixo) e, com a coleta seletiva, a quantidade de resíduos aterrados será menor", ressalta Hamilton Ribeiro.

Reaproveitamento – O governo também irá investir nas usinas de produção de composto, que transformam, por dia, cerca de 600 toneladas de lixo orgânico em 105 toneladas de material certificado para uso agrícola. Os galpões, que ficam no final da L4 Sul e no P Sul, em Ceilândia, dão a Brasília o título de capital que mais produz o composto, aponta o SLU.

Os resíduos da Construção Civil também receberão tratamento especial. A média produzida no DF – com variações pela sazonalidade do setor – é de 5,4 mil toneladas por dia. Hoje, esse material é usado para cobrir o lixo do aterro do Jóquei. A ideia é que novas áreas para descarte e reciclagem desses resíduos sejam implantadas, em uma ação coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Para valorizar os profissionais que manuseiam o lixo, serão construídos 12 centros de triagem para catadores e suas associações. Nesses locais, os materiais recicláveis serão separados. "O valor do entulho reaproveitado, que normalmente pagaríamos para aterrar, irá para o bolso deles. Além de contribuir com a sustentabilidade ambiental, vamos ajudar na renda dessas famílias", avalia Hamilton Ribeiro. "Queremos instalar pelo menos quatro centros em áreas do SLU já em 2013", completa.

Nova licitação – O governo começará, em 2013, a elaboração do projeto básico para uma nova licitação na área de Limpeza Urbana. A última concorrência foi realizada em 2009, com base em projeto feito dois anos antes. Na época, a estimativa de produção de lixo em todo o DF era de 57 mil toneladas por mês. Hoje, com a expansão das cidades e o aumento da renda per capita, esse número saltou para 72 mil toneladas/mês.

A mudança exige adaptação do serviço, com mais exigências previstas em edital. "Brasília é a capital que paga o menor preço por tonelada de lixo recolhido. São valores que não dão margem de sobra para que as empresas contratadas possam investir", afirma Hamilton Ribeiro. "Mas, com a licitação, vamos mudar essa realidade", garante.

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