segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Criança recebe coração trazido do Rio de Janeiro




Ação integrada e ágil do Governo do Distrito Federal garantiu que órgão chegasse a tempo de salvar mais uma vida
Brasília, 20 de fevereiro de 2012 – Cinco minutos mudaram a vida de um menino de onze anos que sofria um grave problema cardíaco e estava há cerca de seis meses na fila de transplantes. Esse foi o tempo que o helicóptero do Corpo de Bombeiros levou para transportar do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck ao Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) um coração recém-chegado do Rio de Janeiro. Uma grande operação logística montada em poucas horas pelo Governo do Distrito Federal garantiu o sucesso do transplante, realizado na segunda-feira, dia 13.
Um coração resiste pouco mais de quatro horas fora do organismo, razão pela qual a operação exigiu organização e agilidade. Ao ser avisada de que havia um coração compatível disponível para transplante no Rio de Janeiro, doado pela família de um menino de nove anos que morreu de traumatismo craniano, a Central de Captação de Órgãos do DF buscou imediatamente a opção mais rápida para transporta-lo a Brasília. Um voo comercial foi escolhido, por possibilitar que o órgão fosse trazido em pouco mais de três horas.
Planejamento – A previsão de chegada do voo ao aeroporto de Brasília era às 16h. Mas, em operação cuidadosamente planejada, a equipe do Corpo de Bombeiros aguardava a aeronave com tudo pronto desde as 15h30. “Abordamos o avião ainda no pátio, antes que ele estacionasse no ponto de desembarque dos passageiros, para não perder tempo. O médico que estava com o coração desceu de escadas e o levamos rapidamente para o helicóptero”, contou o capitão do Corpo de Bombeiros Rafael Conti, co-piloto da operação.
A aeronave levava, além de piloto e co-piloto, um médico, um enfermeiro e um tripulante de apoio. O helicóptero dos bombeiros é a única aeronave com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) completa em operação no país e participa de cerca de 10 operações de transporte de órgãos por ano, entre outras atividades de salvamento.
O comandante do 1º Batalhão de Grupamento de Aviação Operacional do Corpo de Bombeiros, major Élcio Alves Barbosa, destacou a versatilidade e a velocidade do helicóptero em operações como essa. “Do aeroporto para o Instituto de Cardiologia, leva-se de três a cinco minutos, percurso feito em, no mínimo, 15 minutos por um carro. A diferença é muito grande. Além disso, o helicóptero não enfrenta obstáculos como o trânsito”, explicou o major.
No hospital, a equipe de médicos e enfermeiros e a sala de cirurgia já estavam preparadas para realizar o transplante, que foi bem-sucedido. O paciente, que sofria de miocardite e cardiomiopatia dilatada, entrou para a lista de receptores há cerca de seis meses. De acordo com o ICDF, o paciente se recupera bem, já recebeu alta da UTI e está no quarto. Boletim médico com o estado de saúde será divulgado nos próximos dias.
Transplantes no DF – O ano apenas começou e o número de transplantes já demonstra o esforço da atual gestão em promover mais operações desse tipo na capital. Em novembro do ano passado, o DF foi credenciado para realizar transplantes de fígado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, no dia 13 de janeiro, após três anos sem a realização de transplantes desse órgão no DF, foi realizada com sucesso cirurgia pela Secretaria de Saúde, em parceria com o ICDF. Também em janeiro, no dia 6, uma criança de apenas um ano e oito meses, que sofria de graves problemas cardíacos, foi operada com sucesso.
No início de fevereiro, foi a vez de outra criança, de dois anos, sair da fila de espera por um coração. O órgão veio de São Paulo e foi doado por um menino de dois anos e 11 meses que morreu de atropelamento. A criança, que sofria de cardiomegalia (inflamação que dilata o coração) e entrou para a fila de receptores em novembro do ano passado, também foi transplantada no ICDF.
Também em fevereiro, um homem de 62 anos e uma mulher de 45 anos receberam, respectivamente, fígado e coração, doados por uma única paciente, que havia tido morte cerebral. Além disso, os rins da doadora foram transplantados em outras duas pacientes, no Hospital de Base.
Central de Captação de Órgãos – Para coordenar todo o processo de doação e transplante de órgãos, o DF conta com a Central de Captação de Órgãos, da Secretaria de Saúde. A instituição é responsável por cadastrar receptores de órgãos e tecidos do DF, detectar possíveis doadores e mantê-los em condições adequadas, além de consultar a família a respeito da doação, providenciando a remoção e doação dos órgãos captados.
Quando deputado distrital, em 1992, o governador Agnelo Queiroz foi autor de lei distrital que autorizou o GDF a criar a Central de Captação de Órgãos e o documento de autorização oficial de doação de órgãos da atual gestão, que vem investindo na infraestrutura dos hospitais e na logística de captação e transporte de órgãos.
Fazer de Brasília núcleo de referência em transplantes de órgãos é uma das metas do Governo do Distrito Federal. Somente em 2011 foram realizadas no DF, nas redes pública e privada de saúde, 419 cirurgias de córnea, rins e coração, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Outra novidade é que o Hospital Universitário de Brasília (HUB) busca, junto ao SUS, autorização para transplantar medula, dando início a um novo serviço.
Número de transplantes realizados em 2011:
Tipo de Transplante
Nº de Operações
Córneas
350
Coração
9
Rins
60
Fígado
0
TOTAL
419


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