sábado, 26 de janeiro de 2013

Preconceito marca a vida de portadores de Hanseníase

No Dia Nacional de Combate a Hanseníase entenda como se desenvolve esta doença e como tratá-la


No dia 27 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A doença infectocontagiosa é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode causar a incapacidade física dos portadores. Segundo a Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, cerca de 40 mil novos casos da doença foram registrados no Brasil, em 2011. O número é 3% inferior aos casos detectados no ano anterior. No Distrito Federal, foram catalogados 189 novos casos, 165% a menos que o estado vizinho, Goiás.

Carregada de preconceito e estereótipos durante muitos anos, a Hanseníase era identificada como Lepra (Lepros, palavra grega que significa manchas na pele). “O contágio não é tão fácil como acreditam as pessoas. A doença não é transmitida apenas com um aperto de mão, por exemplo”, afirma a dermatologista do Hospital Santa Luzia, Dra. Ranaia Santana Pupsukawa. “A transmissão da bactéria é através de um contato íntimo e prolongado com o infectado. Familiares que moram na mesma casa, namorados e relacionamentos muito íntimos são mais propensos à transmissão”, relata.

A doença é classificada pela forma de apresentação dos sintomas, podendo ser hanseníase tuberculoide e a virchowiana. As primeiras manifestações são a presença de manchas na pele de cor parda ou esbranquiçada, acompanhadas de perda de pelos na região, perda da sensibilidade térmica e ausência de transpiração. “Na forma tuberculoide as bactérias afetam os nervos com mais intensidade, principalmente os das mãos, podendo atrofia-las e transformá-las em forma de garra”, relata a dermatologista. “A forma virchowiana ataca de maneira mais agressiva o corpo do paciente, devido à quantidade de bacilos que estão no organismo”, comenta. O paciente com a hanseníase virchowiana tem lesões além das manchas pela pele, como queda da sobrancelha, nódulos na orelha e inchaço no rosto, podendo ficar deformado.

O diagnóstico é clínico e baseado nos sintomas percebidos no paciente. “A demora do diagnóstico e tratamento pode acarretar danos mais graves”, relata a especialista. O tratamento é realizado através de medicação e acompanhamento de um dermatologista, com frequência variando entre 6 meses à 1 ano, de acordo com a gravidade da doença e sua classificação. “As bactérias podem disseminar pelo corpo, o que gera maiores danos às outras regiões”, comenta. Por provocar mutilações e deformidades, quanto mais cedo for diagnosticado menor são os riscos de se agravar os sintomas.

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