segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

PF flagra desvio recorde de recursos públicos em 2011: 3,2 bi

Operações da Polícia Federal flagraram desvio de R$ 3,2 bilhões de
recursos públicos em 2011, dinheiro que teria alimentado,
por exemplo, o pagamentos de propina a funcionários públicos,
empresários e políticos.

O valor é mais do que o dobro do apurado pela polícia em 2010
 (R$ 1,5 bilhão) e 15 vezes o apontado em 2009 (R$ 219 milhões).
A título de comparação, representa quase metade do dinheiro
previsto para as obras de transposição do rio São Francisco.
 O total de servidores públicos presos também aumentou: de 124,
em 2010, para 225, no ano passado.

Os números, a que a Folha teve acesso, estão em um relatório produzido
 a partir apenas das operações. Segundo a PF, trata-se do valor
provado nas investigações, que são repassadas para o Ministério
Público tentar reaver o dinheiro. Entenda o desvio:




Apesar de coincidir com o ano em que houve a chamada “faxina”
 no ministério de Dilma Rousseff, com a queda de seis ministros
 sob suspeitas de irregularidades, não há relação causal -as
grandes operações decorrem de investigações mais antigas.

Para delegados de Polícia Fazendária, área que investiga os desvios de
 verbas, o aumento da comprovação do rombo deve-se à formação
 de equipes especializadas. É o caso de Bahia, Ceará, Maranhão,
 Rio Grande do Sul e São Paulo. Nas próximas semanas será criada
 unidade específica, em Brasília, de Repressão a Desvios de Verbas Públicas.

Também em 2011, a PF produziu seu primeiro manual de investigação de
desvios de recursos, distribuído para as sedes estaduais. “As técnicas de
 investigação têm sido aprimoradas. Afinal, crimes envolvendo verbas
públicas ocorrem em áreas sensíveis para a sociedade”, diz o delegado
Rodrigo Bastos, da Coordenação-Geral de Polícia Fazendária.

A PF realizou, em 2011, a maior apreensão de dinheiro da história das
 investigações no Brasil: o equivalente a R$ 13,7 milhões foi encontrado
 nas casas de auditores da Receita Federal em Osasco (SP). Foi durante a
 Operação Paraíso Fiscal. O dinheiro estava em caixas de leite, fundos falsos
 de armário e em forros.

Em quatro meses, a PF flagrou um dos acusados comprando três carros de
 luxo à vista e em dinheiro vivo. A partir da operação, o Ministério Público
 Federal denunciou oito auditores, acusados de selecionar empresas para
 fiscalização e exigir delas propina para engavetar ou relaxar a cobrança de
 débitos tributários. Eles negam.

Em outra operação, a Casa 101, a PF descobriu que, na região de Recife,
quase todos os contratos entre Dnit (Departamento Nacional de
 Infraestrutura de Transporte) e construtoras eram fiscalizados por
 apenas um servidor.
Pagamentos eram liberados mesmo com fortes indícios de
 superfaturamento.
Resultado: em um contrato, a PF calculou prejuízo de R$ 67 milhões.
Segundo a investigação, o servidor do Dnit recebeu um pedaço do butim.

Na Operação Saúde, do Rio Grande do Sul, 34 funcionários públicos
municipais foram presos, acusados de desviar verbas federais
destinadas à compra de medicamentos. Em um ano, o grupo teria
 movimentado um total de R$ 70 milhões.



Fonte: Folha de São Paulo

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